sexta-feira, 23 de abril de 2010

É preciso saber googlar o google nosso de cada dia!

Eu já tive vergonha de perguntar quem é tal cantor ou admitir que nunca tinha ouvido falar numa determinada atriz. Hoje acho que (quase) qualquer ignorância é perdoável. Como já falei no post A culpa é da internet, a gente tem informação demais, o tempo todo, e tem que aprender a selecionar. Não dá pra saber todas as bandas, todos os filmes, todos os livros, conhecer todos os períodos da história e ainda continuar vivendo. Tem que aprender a editar conforme o nosso gosto ou necessidade.

Aliás, esses tempos pensei que pra ser uma pessoa melhor eu deveria passar fio dental todos os dias. E também fazer ginástica diariamente. Com alongamento antes, claro! Devia comer melhor, preparar minhas refeições com salada bem temperada e verduras escolhidas na feira. Não queria deixar de ler, livros e pelo menos um jornal diário, mas queria ir ao cinema pelo menos uma vez por semana. Trabalhar feliz e dar o melhor de mim é necessário, assim como curtir o namorado. Um tempinho pros pais e pros amigos é imprescindível. E pra brincar com minhas cadelinhas também. Opa! Esqueci de pagar uma conta! Ah, deixa, agora preciso dormir as 8 horas recomendadas pelo médico...

Peraí... a gente tem mesmo que fazer tudo isso em vinte e quatro horas? Então dá pra entender que ninguém tenha que saber de tudo, não é mesmo? Nunca ouviu falar em Guernica, não sabe citar uma música do The Clash? Ok, mas se precisar, você sabe onde buscar as respostas? Então tá valendo!

Expliquei bem ou você ainda vei me achar uma baita ignorante porque não lembrava o que foi a Primavera de Praga? Tá, confesso que dá vergonha admitir... Aprendi no colégio, reli em um livro ou outro... mas sabe quando uma coisa confunde com outra e a gente já não sabe mais explicar? Pois é, mas eu tenho o Google. E ele linka pra Wikipédia, e ali tenho uma descrição do movimento que aconteceu lé em Praga. Eu, não lembro.. urg! Você lembra ou também teria que googlar?

Eu o bom é que não precisa ir até Praga pra lembrar. É só dá uma olhadinha no que diz a Wiki:



A Primavera de Praga foi o movimento liderado por intelectuais reformistas do Partido Comunista Tcheco, interessados em promover grandes mudanças na estrutura política, econômica e social, na Tchecoslováquia. A experiência de um "socialismo com face humana” foi comandada pelo líder do Partido Comunista local, Alexander Dubcek. A proposta surpreendeu a sociedade tcheca, que em 5 de Abril de 1968 soube das propostas reformistas dos intelectuais comunistas.

O objetivo de Dubcek era "desestalinizar" o país, removendo os vestígios de despotismo e autoritarismo, que considerava aberrações no sistema socialista. Com isso, o secretário-geral do partido prometeu uma revisão da Constituição, que garantiria a liberdade do cidadão e os direitos civis. A abertura política abrangia o fim do monopólio do partido comunista e a livre organização partidária, com uma Assembléia Nacional que reuniria democraticamente todos os segmentos da sociedade tcheca. A liberdade de imprensa, o Poder Judiciário independente e a tolerância religiosa eram outras garantias expostas por Dubcek.

As propostas foram apoiadas pela população. O movimento que propôs a mudança radical da Tchecoslováquia, dentro da área de influência da União Soviética, foi chamada de Primavera de Praga. Assim sendo, diversos setores sociais se manifestaram em favor da rápida democratização. No mês de junho, um texto de “Duas Mil Palavras” saiu publicado na Liternární Listy (Gazeta Literária), escrito por Ludvík Vaculík e assinado por personalidades de todos sectores sociais, pedindo a Dubcek que acelerasse o processo de abertura política. Eles acreditavam que era possível transformar, pacificamente, um regime ortodoxo comunista para uma social-democracia aos moldes ocidentais. Com estas propostas, Dubcek tentava provar a possibilidade de uma economia coletivizada conviver com ampla liberdade democrática.

A União Soviética, temendo a influência que uma Tchecoslováquia democrática e socialista, independente da influência soviética e com garantias de liberdades à sociedade, pudesse passar às nações socialistas e às "democracias populares", mandou tanques do Pacto de Varsóvia invadirem a capital Praga em 21 de Agosto de 1968. Dubcek foi detido por soldados soviéticos e levado a Moscou . Na cidade de Praga a população reagiu a invasão soviética de forma não violenta, desnorteando as tropas. A organização quase espontânea foi em parte liderada pela cadeia de vários pequenos transmissores construídos às pressas por membros do exército tcheco e aficcionados por radiotransmissores: a Rádio Tchecoslováquia Livre. Cada emissora transmitia instruções para a população por não mais que 9 minutos e depois saia do ar, dando o espaço para uma outra, impossibilitando assim a triangulação do sinal. Suas instruções eram para a população manter a calma e sobretudo não colaborar com os invasores. Os russos ainda tentaram trazer uma potente estação de rádio para criar interferências nos sinais, porém, os ferroviários tchecos com uma extrema negligência, atrasaram a entrega e quando a estação chegou ao seu destino estava inutilizável.

Os russos conseguiram uma ocupação total em poucas horas, porém chegaram a um impasse político, as diversas tentativas para criar um governo colaboracionista fracassaram e a população tcheca foi eficiente em minar a moral das tropas. No dia 23 se iniciou uma greve geral e no dia 26 se publicou o decálogo da não cooperação: não sei, não conheço, não direi, não tenho, não sei fazer, não darei, não posso, não irei, não ensinarei, não farei!
A paralisação dos trens interrompeu a comunicação com os países aliados, e para evitar que os tanques chegassem até Praga, as placas foram invertidas e depois pintadas com uma tinta fácil de se raspar, quando os soldados raspavam as tintas para verem a indicação correta, acabavam indo na direção de Moscou.

Enquanto isso, os raptores contavam a Dubcek que a população tcheca estava sendo massacrada como fora a população húngara 12 anos antes, o que o levou a assinar um acordo de renúncia.

As reformas foram canceladas e o regime de partido único continuou a vigorar na Tchecoslováquia. Em protesto contra o fim das liberdades conquistadas, o jovem Jan Palach ateou fogo ao próprio corpo numa praça de Praga em 16 de Janeiro de 1969.

E viva o povo tcheco! E viva o Google!




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